Livros de Teologia


segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Lucro ilícito e máfias...

"Ouvi isto, vós que tendes gana contra o necessitado e destruís os miseráveis da terra, dizendo: Quando passará a Festa da Lua Nova, para vendermos os cereais? E o sábado, para abrirmos os celeiros de trigo, diminuindo o efa, e aumentando o siclo, e procedendo dolosamente com balanças enganadoras, para comprarmos os pobres por dinheiro e os necessitados por um par de sandálias e vendermos o refugo do trigo? Jurou o SENHOR pela glória de Jacó: Eu não me esquecerei de todas as suas obras, para sempre!" Am 8.4-7

Nós vivemos num mundo que aprendeu a amar o dinheiro como se fosse eterno e divino; num mundo onde o lucro e os bens assumiram o lugar do Bem. Não há qualquer dúvida disso! E não é só nos países capitalistas, nem só na nossa época; isso vem desde os primórdios, quando Deus expulsou o homem do jardim perfeito.
Mas, no nosso tempo, envolvidos pelo capitalismo, pelo consumismo, pela obsessão pelo patrimônio e pelo lucro, no seio da geração de adoradores (não de Jesus, mas de Mamom[1]) em que vivemos, os cúmulos desvairados da ganância estão sendo alargados e agigantam-se de tal forma que a consciência humana, mesmo dos cristãos, está se tornando insensível aos pecados que competem à vida financeira e comercial, tão explicitados na Bíblia Sagrada que alegamos ser nossa única e suficiente regra de fé e prática (prática???)...
Veja o grito do profeta Amós, transcrito acima! Por favor, eu imploro, não se furte a lê-lo com muita calma! Agora me diga: quando foi escrito o livro do profeta Amós? Parece que foi hoje! Mas, de fato, ele o fez por volta de 760 a.C., a quase três mil anos! E o que ele está condenando tão veementemente? O enriquecimento ilícito, o lucro exagerado e a formação de máfias e quadrilhas para explorar a população, mormente o povo mais carente. Você já ouviu falar destes pecados? São coisas do passado? Não! São mais frequentes hoje do que em qualquer outra época da história.
Existem verdadeiras máfias, inclusive em nossa cidade. Comerciantes que praticam negócios com uma ética diametralmente oposta à ética cristã, embutindo lucros tão desmedidos nos serviços e/ou produtos oferecidos que certamente Jesus lhes pedirá contas! Regras de comércio completamente imorais, que afrontam tanto a inteligência do cliente quanto a Palavra de Deus. Cobra-se 300 por um, e 299 por meio, para forçar a compra do inteiro. Estoca-se o produto até que o preço de mercado suba às alturas, liberando-o então no mercado para potencializar os ganhos, mas lesando a população que carece do produto. A mentira como proposta de marketing, dizendo ao cliente que algo custa 100, quando na verdade custa 80, para vender por 90 e dizer que foi gentil e concedeu desconto! Isto é pecado! Deus cobrará isto! Deus jamais se esquecerá disto, para sempre!
Tenho certeza que muitos vão ler isto, e pensarão consigo: "Este pastorzinho não sabe como é viver do comércio. Ou você faz assim ou você quebra, perde tudo e vai à falência". Este certamente é o pensamento daqueles que fazem negócio sem Deus, sem fé, sem crer que Deus abençoa o negócio honesto e inteligente, operado pelos Seus servos que dão duro no trabalho, que estudam o mercado, que esforçam-se para negociar com qualidade e competitividade, mas sem abrir mão dos valores do Reino de Deus! E, aliás, eu faço negócio constantemente. Não do lado do vendedor, mas do lado do consumidor, do comprador, do contratante. Sou cliente, compro no mercado, contrato serviços. Sei o que é ser lesado. Sei o que é ser, literalmente, obrigado a pagar absurdo e descarado lucro, por necessidade do produto e/ou serviço. Então não me venha com essa de "ele não sabe de nada". Eu sei o que a Bíblia diz sobre este assunto! E você deveria saber também!

Que Deus nos abençoe e tenha misericórdia dos exploradores!

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