Livros de Teologia


terça-feira, 16 de agosto de 2022

As Aparências Enganam

"Ao anjo da igreja em Laodicéia escreve: Estas coisas diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus: Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente! Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca; pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu. Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas. Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te" (Ap 3.14-19).

    Continuamos com as lições que este texto nos dá.

    Laodicéia não era uma Igreja fria (totalmente sem obras, ou seja, incrédula) nem quente (com muitas obras). Cristo a considerava morna, ou seja, ela praticava algumas boas obras. Sim, haviam obras a serem consideradas, pois Cristo disse "conheço as tuas obras". Mas, o que a tornava morna não era, necessariamente, a quantidade de obras que praticava, mas a motivação e o coração com que praticava tais obras. Jesus disse que seria melhor que fosse fria, pois se fosse incrédula poderia se converter; ou seria melhor que fosse quente, com as obras movidas pelos motivos corretos e praticadas com um coração realmente adorador.

    O que, então, levou Cristo a considerar Leodicéia morna? Como dissemos, a qualidade do coração da Igreja e seus motivos e propósitos em praticar tais obras. Não devemos nos enganar, a motivação do coração realmente não é tudo, mas é muito importante. O versículo 17 começa com "pois dizes:". Isso significa que Jesus está explicitando a razão pela qual Laodicéia estava a ponta de ser vomitada. Aquela Igreja não reconhecia seus próprios limites e necessidades. Laodicéia se considerava autosuficiente. Ela dizia de si mesma: "Estou rica e abastada e não preciso de coisa alguma". As obras que praticava eram motivadas por orgulho, produzidas por um coração que se julgava superior, um coração pressunçoso e altivo, o que Deus não suporta (cf. Sl 101.5; Pv 21.4).

    A ignorância sobre o nosso real estado espiritual é algo terrível. Laodicéia pensava que era rica, mas era pobre e miserável. Pensava que era abastada e feliz, mas era infeliz, cega e estava nua. Quando não sabemos como Deus realmente nos vê somos facilmente ludibriados pelas aparências desse mundo. Assim, passamos a viver como a Escritura diz, "enganando a nós mesmos" (Tg 1.22; IJo 1.8). A maior parte das nossas escolhas e ações são fundamentadas em como nos percebemos. Quando essa percepção está errada naturalmente nossas escolhas e ações tendem a ser erradas também.

    Que Deus tenha misericórdia de nós e nos ajude a nos percebermos sob a luz da Escritura Santa, para que não nos enganemos a nós mesmos!

Um comentário :

  1. Que as nossas motivações sejam as mesmas do coração de Deus.

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