Continuamos com as lições que este texto nos dá.
Laodicéia não era uma Igreja fria (totalmente sem obras, ou seja, incrédula) nem quente (com muitas obras). Cristo a considerava morna, ou seja, ela praticava algumas boas obras. Sim, haviam obras a serem consideradas, pois Cristo disse "conheço as tuas obras". Mas, o que a tornava morna não era, necessariamente, a quantidade de obras que praticava, mas a motivação e o coração com que praticava tais obras. Jesus disse que seria melhor que fosse fria, pois se fosse incrédula poderia se converter; ou seria melhor que fosse quente, com as obras movidas pelos motivos corretos e praticadas com um coração realmente adorador.
O que, então, levou Cristo a considerar Leodicéia morna? Como dissemos, a qualidade do coração da Igreja e seus motivos e propósitos em praticar tais obras. Não devemos nos enganar, a motivação do coração realmente não é tudo, mas é muito importante. O versículo 17 começa com "pois dizes:". Isso significa que Jesus está explicitando a razão pela qual Laodicéia estava a ponta de ser vomitada. Aquela Igreja não reconhecia seus próprios limites e necessidades. Laodicéia se considerava autosuficiente. Ela dizia de si mesma: "Estou rica e abastada e não preciso de coisa alguma". As obras que praticava eram motivadas por orgulho, produzidas por um coração que se julgava superior, um coração pressunçoso e altivo, o que Deus não suporta (cf. Sl 101.5; Pv 21.4).
A ignorância sobre o nosso real estado espiritual é algo terrível. Laodicéia pensava que era rica, mas era pobre e miserável. Pensava que era abastada e feliz, mas era infeliz, cega e estava nua. Quando não sabemos como Deus realmente nos vê somos facilmente ludibriados pelas aparências desse mundo. Assim, passamos a viver como a Escritura diz, "enganando a nós mesmos" (Tg 1.22; IJo 1.8). A maior parte das nossas escolhas e ações são fundamentadas em como nos percebemos. Quando essa percepção está errada naturalmente nossas escolhas e ações tendem a ser erradas também.
Que Deus tenha misericórdia de nós e nos ajude a nos percebermos sob a luz da Escritura Santa, para que não nos enganemos a nós mesmos!
Que as nossas motivações sejam as mesmas do coração de Deus.
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