Livros de Teologia


segunda-feira, 15 de agosto de 2022

O Valor das Obras

"Ao anjo da igreja em Laodicéia escreve: Estas coisas diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus: Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente! Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca; pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu. Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas. Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te" (Ap 3.14-19).

    Nesta carta que Jesus enviou à Igreja de Leodicéia temos uma das advertências mais dramáticas e terríveis de toda a Escritura. O Cristo disse que estava a ponto de vomitar aquela Igreja! Que imagem terrível, não é mesmo?

    Temos, nesse texto tão tenso, várias lições do Senhor para nós. Hoje veremos a primeira delas, o valor das boas obras. Nas próximas reflexões veremos mais lições que este texto nos dá.

    O critério que o Senhor usou para julgar o estado espiritual da Igreja foi o das suas obras: "Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente". Os cristãos evangélicos, por defenderem acertadamente a doutrina da justificação somente pela fé, muitas vezes acabam por se inclinarem ao exagero de menosprezar o valor das obras na vida cristã. Veja bem o texto em questão. O Senhor julgou o fervor, isto é, a saúde espiritual da Igreja pelo conhecimento que Ele tem das suas obras! As obras não são capazes de justificar, de salvar, absolutamente ninguém! É muito importante não perder isso de vista. Porém, elas são a manifestação inevitável da salvação genuína. A essência dessa verdade foi muito bem capturada na canção de Asaph Borba, Melhor é dar, onde ele canta: "contudo é possível dar sem amar, mas é impossível amar sem dar"[1]. Aqueles que amam sinceramente o Senhor Jesus Cristo (Ef 6.24) produzem as obras próprias de Seus filhos (Mt 5.16; Jo 14.11-12). O próprio Jesus Cristo ensinou que "toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus" (Mt 7.17). Nossas obras não são sem valor, muito pelo contrário! São a expressão da fé, a materialização do amor.

    Que o Senhor nos ajude na prática das obras que O glorificam!


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[1] Confira a letra completa aqui.

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