Livros de Teologia


quarta-feira, 5 de outubro de 2022

Fim dos tempos

Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus, tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes” (IITm 3.1-5)

    A Escritura traz muitos textos que revelam aspectos e sinais do fim dos tempos, principalmente o Novo Testamento. Esse que lemos acima é um deles.

    Obviamente num pequeno texto como o nosso aqui não cabe citar ou comentar cada um desses trechos bíblicos que tratam do assunto, pois seria demasiadamente longa tal empreita. Nos deteremos no supra citado.

    Paulo está escrevendo ao seu discípulo amado, Timóteo, colega pastor que está na cidade de Éfeso cuidando daquela Igreja. Timóteo é jovem no ministério e o apóstolo, experimentado e sábio, escreve duas cartas para animar o parceiro. Essa segunda carta à Timóteo Paulo escreveu já no final da sua vida, quando estava preso em Roma com sua sentença de morte decretada.

    Quantas coisas poderiam ocupar lugar numa pequena carta que se tem a oportunidade de escrever quando se está preso na Roma antiga, onde o papiro e pergaminho eram caros e difíceis de obter, quanto mais para um prisioneiro? Mas, mesmo diante de todos os assuntos possíveis, Paulo se gasta a instruir Timóteo quanto ao estado das coisas no tempo que antecede o retorno do Senhor. Isso mostra o valor dessa revelação e a importância dessa doutrina.

    A primeira coisa que aprendemos com o texto é que não é tempo de descanso para os crentes. A Igreja não deve temer, mas vigiar e permanecer em alerta, como o Mestre ensinara na parábola das dez virgens (Mt 25.1-13).

    Também aprendemos que um otimismo utópico de que o cristianismo resolveria todos os problemas morais da humanidade é francamente descartado pelo apóstolo sob a inspiração do Espírito Santo. O cristianismo é a solução para aqueles que creem, mas não para a humanidade toda e esse texto ora estudado prova isso.

    Em terceiro lugar, a expressão “os homens serão” deixa claro que o sinal maior do final dos tempos não está na natureza (desequilíbrios ecológicos, tragédias, fomes, doenças, etc.) e nem no avanço tecnológico (novas formas de guerra e maldade, de comunicação, etc.) como pensam muitos, mas no está no próprio ser humano. A marca mais evidente do tempo imediatamente anterior ao retorno do Senhor é uma decadência ética, moral e religiosa sem precedentes.

    E sejamos honestos – não é exatamente a configuração que a humanidade e o mundo estão apresentando?

    O retorno do Rei dos reis está cada vez mais próximo, e não há esperança de “um mundo melhor”. O que há, biblicamente, é um mundo que caminha a passos largos para a desgraça moral e corrupção espiritual, embora a misericórdia graciosa do Senhor estanque até Ele julga necessário toda essa maldade e iniquidade.

    A Igreja deve manter seus olhos fixos no Senhor e nas Suas promessas, que vão muito além da vida nesse mundo caído. “Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens” (ICo 15.19).

    Que Deus nos ajude a manter nossa fé em Cristo e nossa atenção nas coisas certas.

    Deus os abençoe!


________________________________

* Veja outra reflexão baseada no mesmo texto bíblico:

2 comentários :