Livros de Teologia


terça-feira, 30 de agosto de 2022

A Religião Pura e Sem Mácula

"Sabeis estas coisas, meus amados irmãos. Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar. Porque a ira do homem não produz a justiça de Deus. Portanto, despojando-vos de toda impureza e acúmulo de maldade, acolhei, com mansidão, a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar a vossa alma. Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos. Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla, num espelho, o seu rosto natural; pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era a sua aparência. Mas aquele que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar. Se alguém supõe ser religioso, deixando de refrear a língua, antes, enganando o próprio coração, a sua religião é vã. A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo" (Tg 1.19-27, grifo nosso)

segunda-feira, 29 de agosto de 2022

Império das Trevas e Reino de Deus

"Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados" Cl 1.13-14

    Paulo afirma que Jesus, o Cristo, quando salva alguém o liberta do império das trevas. A ideia de império era comum na época da redação da epístola, pois viviam todos dentro do império romano. Comparar a condição de viver sem Cristo e sem Sua salvação com viver num império de trevas é uma adaptação da linguagem bastante apropriada para aquela época. Viver sem Cristo é viver, de fato, onde as trevas imperam.

sexta-feira, 26 de agosto de 2022

O Temor do Senhor

No salmo 103 a expressão "aos que o temem" aparece três vezes:

"Pois quanto o céu se alteia acima da terra, assim é grande a sua misericórdia para com os que o temem" (vs. 11).
"Como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor se compadece dos que o temem" (vs. 13).
"Mas a misericórdia do Senhor é de eternidade a eternidade, sobre os que o temem, e a sua justiça, sobre os filhos dos filhos" (vs. 17).

    Nos três versos a expressão "os que o temem" indica o grupo de pessoas que é alvo da misericórdia perdoadora de Deus. Mas, quem são os que temem ao Senhor? O que é, realmente, temê-Lo?

quinta-feira, 25 de agosto de 2022

O Propósito Maior da Oração

"Por esta razão, também nós, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e de pedir que transbordeis de pleno conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual; a fim de viverdes de modo digno do Senhor, para o seu inteiro agrado, frutificando em toda boa obra e crescendo no pleno conhecimento de Deus" Cl 1.9-10

    Paulo já havia dito que ele e seus cooperadores oravam sempre pelos colossenses por causa das boas notícias que ouvira (vs. 3). Agora ele repete isso incluindo um pedido para que os crentes colossenses transbordassem do conhecimento da vontade de Deus, em toda a sabedoria e entendimento espiritual.

quinta-feira, 18 de agosto de 2022

O Preço da Restauração Espiritual

"Ao anjo da igreja em Laodicéia escreve: Estas coisas diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus: Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente! Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca; pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu. Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas. Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te" (Ap 3.14-19)

    Continuamos com as lições que este texto nos dá [1]:

    O conselho do Senhor para Laodicéia é para que compre Dele ouro refinado para se enriquecer, vestes brancas para preservar seu pudor e santidade e colírio para olhos para poder enxergar com clareza. Note que o Senhor Jesus diz que Laodicéia compre essas coisas. Mas, como alguém Igreja pagaria pelos dons perfeitos de Deus??? Qual o valor das bênçãos do Altíssimo?

    Há uma ironia no chamado do Senhor. Laodicéia se julgava rica, então o Senhor a desafia a comprar a condição de Igreja aprovada, o que é obviamente impossível. Nisso o propósito do Senhor é levar a Igreja a perceber-se pobre e miserável. Os dons de Deus não podem ser comprados; doutra forma já não seriam mais dons (presentes) de Deus. O versículo 19 revela o "preço" que o Senhor realmente "cobra" pelos Seus dons. Primeiro, o Senhor diz que repreende e disciplina a quem ama. Laodicéia estava sendo disciplinada porque Deus a amava, não o contrário! Exatamente porque Cristo ama Sua Igreja Ele a disciplina! O que Ele espera da Igreja é que seja zelosa e se arrependa da sua arrogância e prepotência, uma vez que foi revelada sua real condição espiritual. Esse é o "preço" do favor divino, o arrependimento e o zelo pelo Seu Nome Santo.

    Qualquer pessoa ou Igreja que se arrependa e zele pelo Nome do Senhor alcançará Dele favor e graça em tempo oportuno: “Confessei-te o meu pecado e a minha iniqüidade não mais ocultei. Disse: confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a iniqüidade do meu pecado” (Sl 32.5). Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte” (IPe 5.6).

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[1] Para reflexões sobre as demais partes desse texto veja as postagens anteriores.

terça-feira, 16 de agosto de 2022

As Aparências Enganam

"Ao anjo da igreja em Laodicéia escreve: Estas coisas diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus: Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente! Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca; pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu. Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas. Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te" (Ap 3.14-19).

    Continuamos com as lições que este texto nos dá.

    Laodicéia não era uma Igreja fria (totalmente sem obras, ou seja, incrédula) nem quente (com muitas obras). Cristo a considerava morna, ou seja, ela praticava algumas boas obras. Sim, haviam obras a serem consideradas, pois Cristo disse "conheço as tuas obras". Mas, o que a tornava morna não era, necessariamente, a quantidade de obras que praticava, mas a motivação e o coração com que praticava tais obras. Jesus disse que seria melhor que fosse fria, pois se fosse incrédula poderia se converter; ou seria melhor que fosse quente, com as obras movidas pelos motivos corretos e praticadas com um coração realmente adorador.

    O que, então, levou Cristo a considerar Leodicéia morna? Como dissemos, a qualidade do coração da Igreja e seus motivos e propósitos em praticar tais obras. Não devemos nos enganar, a motivação do coração realmente não é tudo, mas é muito importante. O versículo 17 começa com "pois dizes:". Isso significa que Jesus está explicitando a razão pela qual Laodicéia estava a ponta de ser vomitada. Aquela Igreja não reconhecia seus próprios limites e necessidades. Laodicéia se considerava autosuficiente. Ela dizia de si mesma: "Estou rica e abastada e não preciso de coisa alguma". As obras que praticava eram motivadas por orgulho, produzidas por um coração que se julgava superior, um coração pressunçoso e altivo, o que Deus não suporta (cf. Sl 101.5; Pv 21.4).

    A ignorância sobre o nosso real estado espiritual é algo terrível. Laodicéia pensava que era rica, mas era pobre e miserável. Pensava que era abastada e feliz, mas era infeliz, cega e estava nua. Quando não sabemos como Deus realmente nos vê somos facilmente ludibriados pelas aparências desse mundo. Assim, passamos a viver como a Escritura diz, "enganando a nós mesmos" (Tg 1.22; IJo 1.8). A maior parte das nossas escolhas e ações são fundamentadas em como nos percebemos. Quando essa percepção está errada naturalmente nossas escolhas e ações tendem a ser erradas também.

    Que Deus tenha misericórdia de nós e nos ajude a nos percebermos sob a luz da Escritura Santa, para que não nos enganemos a nós mesmos!

segunda-feira, 15 de agosto de 2022

O Valor das Obras

"Ao anjo da igreja em Laodicéia escreve: Estas coisas diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus: Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente! Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca; pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu. Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas. Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te" (Ap 3.14-19).

    Nesta carta que Jesus enviou à Igreja de Leodicéia temos uma das advertências mais dramáticas e terríveis de toda a Escritura. O Cristo disse que estava a ponto de vomitar aquela Igreja! Que imagem terrível, não é mesmo?

    Temos, nesse texto tão tenso, várias lições do Senhor para nós. Hoje veremos a primeira delas, o valor das boas obras. Nas próximas reflexões veremos mais lições que este texto nos dá.

    O critério que o Senhor usou para julgar o estado espiritual da Igreja foi o das suas obras: "Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente". Os cristãos evangélicos, por defenderem acertadamente a doutrina da justificação somente pela fé, muitas vezes acabam por se inclinarem ao exagero de menosprezar o valor das obras na vida cristã. Veja bem o texto em questão. O Senhor julgou o fervor, isto é, a saúde espiritual da Igreja pelo conhecimento que Ele tem das suas obras! As obras não são capazes de justificar, de salvar, absolutamente ninguém! É muito importante não perder isso de vista. Porém, elas são a manifestação inevitável da salvação genuína. A essência dessa verdade foi muito bem capturada na canção de Asaph Borba, Melhor é dar, onde ele canta: "contudo é possível dar sem amar, mas é impossível amar sem dar"[1]. Aqueles que amam sinceramente o Senhor Jesus Cristo (Ef 6.24) produzem as obras próprias de Seus filhos (Mt 5.16; Jo 14.11-12). O próprio Jesus Cristo ensinou que "toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus" (Mt 7.17). Nossas obras não são sem valor, muito pelo contrário! São a expressão da fé, a materialização do amor.

    Que o Senhor nos ajude na prática das obras que O glorificam!


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[1] Confira a letra completa aqui.

segunda-feira, 8 de agosto de 2022

O Maior Lamento do Pecador

Qual o maior lamento de um pecador?

Se for um pecador com remorso, ele dirá: "Ah, se eu pudesse voltar no tempo... Eu faria tudo diferente dessa vez!".

Se for um pecador temente a Deus, arrependido, ele dirá: "Ah, por que entristeci o meu Senhor! Ele é digno de toda minha obediência e santidade, mas eu pequei; contra Ele pequei!"

Percebe a diferença? Para o primeiro o peso do remorso vem do fato de suas escolhas terem dado errado. As coisas não terminaram como ele esperava. Para o segundo, entretanto, o peso do arrependimento vem do fato de ter desagradado ao Senhor, que é perfeitamente Bom e Santo.

Para um tudo gira em torno das suas próprias ações e de quem ele mesmo é. Para o outro tudo gira em torno de quem Deus é e de Suas ações.

O choro e o lamento de um pecador podem significar várias coisas. Para alguns, significa a consciência entristecida de um filho de Deus que pecou contra o Amado de sua alma; para outros, não passa de remorso, de uma frustração com os resultados obtidos pelas circunstâncias e escolhas. As razões para o lamento são bem diferentes então, não acha? 











sexta-feira, 5 de agosto de 2022

As Três Palavras mais desejadas

"Jesus lhe disse: Eu irei curá-lo." (Mt 8.7)

O texto em questão faz parte da passagem bíblica em que um centurião romano pede a Jesus que cure um de seus criados que estava muito doente, à beira da morte. Na doença, seja nossa ou de algum querido, quem não gostaria de ouvir essas simples três palavras de Deus: eu irei curá-lo? É seguro dizer que qualquer pessoa desejaria obviamente ouví-las.

E que reação espararíamos de alguém que buscou em Jesus Cristo a cura de uma pessoa querida e ouviu as ansiadas três palavras? Que se regozijasse imediatamente, rompendo em palavras de gratidão ao Mestre pela Sua bondade e misericórdia, por certo!

No entanto, essa não foi a reação daquele homem, o centurião. Em lugar de agradecer e conduzir Jesus até sua casa para operar a cura (pois Jesus disse que iria curá-lo), ele fez algo completamente inesperado. O centurião conseguiu ir além, pois sua fé não olhava apenas para a necessidade do doente ou para o tamanho do seu amor pelo enfermo, mas também para a grandeza da santidade e da graça de Jesus!

Essa é a diferença entre os que houvem essas desejadas três palavras benditas. A maioria fica grata e desfruta da bênção, mas há aqueles que reconhecem, antes de qualquer outra coisa, mesmo da bênção em si, a grandeza e majestade de Cristo!

Eu anseio por essas três palavras, mas preciso desejar mais ainda Aquele que pode dizê-las com poder e glória!