O discernimento é a habilidade de analisar e compreender as circunstâncias e situações, o juízo coerente entre o certo e o errado. É uma virtude fabulosa; extremamente necessária para vida piedosa.
Uma grande aplicação do discernimento é na identificação adequada entre a esperança e a ilusão. Esperança é uma expectativa confiante em algo ou alguém. A ilusão, por sua vez, é uma expectativa que se fundamenta numa percepção enganosa, uma fantasia que projetamos a partir de uma compreensão errada ou desejos pessoais. Discernir entre a esperança e a ilusão nem sempre é fácil. As duas coisas podem se parecer muito em alguns casos. Errar nesse julgamento pode causar frustrações terríveis e prejuízos irreparáveis na vida.
Como, então, podemos perceber quando descansamos numa esperança ou nos entregamos à uma ilusão? O que nos conduz seguros até esse discernimento?
A Escritura diz que povos e nações inteiras podem sofrer pela falta de discernimento, como os ninivitas (Jn 4.11) e os judeus da época de Jesus (Lc 12.56). Ela afirma também que a revelação da vontade de Deus, isto é, ela própria, a Bíblia, é a fonte de nutrição da sabedoria e do discernimento. Veja o que escreveu o autor da epístola aos hebreus:
"A esse respeito temos muitas coisas que dizer e difíceis de explicar, porquanto vos tendes tornado tardios em ouvir. Pois, com efeito, quando devíeis ser mestres, atendendo ao tempo decorrido, tendes, novamente, necessidade de alguém que vos ensine, de novo, quais são os princípios elementares dos oráculos de Deus; assim, vos tornastes como necessitados de leite e não de alimento sólido. Ora, todo aquele que se alimenta de leite é inexperiente na palavra da justiça, porque é criança. Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal" (Hb 5.11-14).
O autor inspirado por Deus diz que os que discernem bem entre o bem e o mal são aqueles que têm suas "faculdades exercitadas" para fazer tal juízo. As faculdades aqui são os frutos que o conhecimento da Escritura e a prática desse conhecimento produzem. Em outras palavras, o autor sagrado está exortando os crentes a continuarem a crescer no conhecimento da verdade revelada de Deus na Escritura e a praticarem essa verdade a fim de desenvolverem sua capacidade de discernimento para a vida comum.
Portanto, se queremos escapar das ilusões da vida nesse mundo e nutrir uma esperança que seja real devemos desejar e obter esse discernimento. Para isso, devemos conhecer a Escritura e praticá-la.
Que Deus nos ajude nessa tarefa!
Amém!!!!
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