"E que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Chegando-se ao primeiro, disse: Filho, vai hoje trabalhar na vinha. Ele respondeu: Sim, senhor; porém não foi. Dirigindo-se ao segundo, disse-lhe a mesma coisa. Mas este respondeu: Não quero; depois, arrependido, foi. Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram: O segundo. Declarou-lhes Jesus: Em verdade vos digo que publicanos e meretrizes vos precedem no reino de Deus" (Mt 21.28-31).
A obediência ensinada pela Bíblia não é algo mecânico, como se Deus fosse um utilitarista que se preocupasse somente com os resultados dos atos, e não com as razões por detrás deles. No texto em questão, o primeiro filho respondeu o que qualquer pai gostaria de ouvir, mas no final das contas não fez o que fora-lhe ordenado. O segundo filho, ainda que desaforadamente negando a ordem do pai ao recebê-la, arrependeu-se e cumpriu a ordem. Jesus não se detém nas motivações que levaram o segundo filho a não querer trabalhar, mas prende-se ao fato de que a obediência é demonstrada não só pelas palavras, mas principalmente pela prática.
Todavia, o contexto nos leva a crer que o propósito de Jesus nesta parábola é mostrar aos religiosos com quem debatia como funciona a autoridade de Deus. Os sacerdotes e anciãos haviam questionado Jesus com que autoridade Ele fazia Suas obras (vs. 23-27). Na parábola dos dois filhos Jesus contraria aqueles líderes que pensavam que respeitavam piamente a autoridade de Deus, mostrando que eles alegavam obediência, mas a negavam com seus feitos. Em outra ocasião Jesus foi mais explícito: "Porque me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando?" (Lc 6.46). Mais surpresos eles ficaram quando Jesus acrescentou que publicanos[1] e meretrizes, representados pelo segundo filho, que rejeitaram os mandamentos de Deus por um tempo, mas ao serem confrontados com o Evangelho de Jesus se arrependeram e passaram a obedecê-Lo, estavam mais próximos do reino de Deus do que os hipócritas de discurso polido e eloquente que negavam a Deus a obediência que Lhe é devida.
Em suma, aprendemos aqui que Deus não se rende à oratória humana, nem se verga diante dos cargos e títulos deste mundo. "Mas ao ímpio diz Deus: De que te serve repetires os meus preceitos e teres nos lábios a minha aliança, uma vez que aborreces a disciplina e rejeitas as minhas palavras?" (Sl 50.16-17). Ele busca por corações quebrantados e contritos, conhecedores do valor da Sua graça e que O obedecem de modo voluntarioso. Se o discurso não O convence, tão pouco a força do braço humano O impressiona. Nosso trabalho, por maior e melhor que seja, se é feito por constrangimento ou obrigação, não atrai os olhares de Deus. Seu reino não premia aqueles que trabalham como funcionários de uma fábrica que desempenham suas tarefas emburrados, contrariados e regados a murmúrio e lamentos, mas que continuam ali por falta de opção. Não, Deus quer que O obedeçamos com alegria, voluntariamente, conscientes de que nosso trabalho e conduta O agradam e glorificam.
E você? Como tem vivido? Tem obedecido a Jesus dessa forma? Como vai seu coração?
Obedeçamos ao Senhor! Com alegria de coração O sirvamos!
Deus abençoe.
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[1] Publicano eram cobradores de impostos, que serviam aos romanos, e que muitas vezes cobravam mais do que deviam. Eram odiados e tidos ao nível de prostitutas e ladrões.
Muito bom. Sueli.
ResponderExcluirObrigado.
ResponderExcluirAmém.
ResponderExcluirSejamos firmes em obedecer.
Atairis
Nossa muito lindo. Conheci hj está página e estou encantada
ResponderExcluirQue bom que gostou. Fico feliz. Deus abençoe.
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