Livros de Teologia


terça-feira, 31 de maio de 2016

Frutifique onde está plantado

"Então, Jesus proferiu a seguinte parábola: Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha e, vindo procurar fruto nela, não achou. Pelo que disse ao viticultor: Há três anos venho procurar fruto nesta figueira e não acho; podes cortá-la; para que está ela ainda ocupando inutilmente a terra? Ele, porém, respondeu: Senhor, deixa-a ainda este ano, até que eu escave ao redor dela e lhe ponha estrume. Se vier a dar fruto, bem está; se não, mandarás cortá-la" (Lc 13.6.9).

No Antigo Testamento a vinha era uma figura que representava Israel, bem como a figueira (Is 5.1-7). Plantar árvores frutíferas no meio da vinha também era um costume muito comum, daí a fonte da parábola de Jesus.
O fato de a figueira estar plantada dentro da vinha nos leva a crer que ela estava plantada em solo fértil, e que não havia um motivo para sua esterilidade no solo. Como o dono procurava frutos já por três anos consecutivos vemos que ele esperava, normalmente, que a figueira produzisse de acordo com a estação comum das figueiras, mas não encontrava nada. O dono da vinha aqui é claramente Deus, o Pai, que busca no meio do Seu povo os frutos que deveriam produzir.
Os frutos que Deus espera que Seu povo produza são o coração e atos que expressem um verdadeiro arrependimento dos pecados (cf. Lc 3.8) e conformação com os mandamentos e ensinos do Senhor. Fruto também indica que Deus espera que Seu povo seja fértil, ou seja, que gerem novos crentes em Cristo, pois o fruto significa a continuidade da vida e a multiplicação da espécie (Jo 15.1ss).
O viticultor que intercede pela figueira é uma representação de Jesus, que intercede pela Igreja (Hb 7.25).
O propósito da parábola é exortar sobre a necessidade de arrependimento e alertar sobre o tempo disponível para isso, que está se acabando. O dono só prorrogou a sentença contra a figueira pela intercessão do viticultor, que se propôs a eliminar toda e qualquer obstrução à fertilidade da figueira, escavando ao seu redor para tirar plantas daninhas e adubando-a com estrume. Aprendemos, aqui, que tudo o que for necessário para que Igreja seja frutífera é providenciado por Jesus. Não há, portanto, qualquer argumento válido para justificar a esterilidade espiritual.
Mas, até mesmo o viticultor que intercede pela figueira reconhece que o caso é grave e que, se a figueira permanecer sem frutos, não haverá mais o que fazer. O dono procurou os frutos e não os encontrou, e seria improvável que desse frutos no futuro, daí mandar cortá-la. A intercessão do viticultor ganhou tempo, mas admite que cabe ao Pai o direito de mandar cortá-la se não vier a dar frutos no futuro (vs. 9).
No final das contas, a aplicação da parábola é que Deus também nos plantou no lugar onde estamos. Você está plantado onde vive, e Deus espera que dê frutos. Se algo o impede de dar frutos onde está plantado, não é por falta de providência de Deus, pois todo o abudo está à disposição (que é, obviamente, o poder e unção do Espírito Santo).
Não há desculpas, temos de frutificar! Mesmo nos lugares e situações mais improváveis é esperado que sejamos frutíferos (vide a ilustração do mamoeiro aqui). É perigoso não se preocupar em dar frutos para Deus, pois o tempo não pára, e está passando a cada segundo. O tempo de frutificar é finito!
Floresça, frutifique, onde quer que seja!
Tenhamos pressa em gerar filhos na fé para Jesus!
Que Ele sempre encontre, em nós, os frutos de um coração verdadeiramente arrependido!

Deus abençoe.

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