Livros de Teologia


quarta-feira, 1 de junho de 2016

A linguagem do cristão

"Mas a impudicícia e toda sorte de impurezas ou cobiça nem sequer se nomeiem entre vós, como convém a santos; nem conversação torpe, nem palavras vãs ou chocarrices, coisas essas inconvenientes; antes, pelo contrário, ações de graças" (Ef 5.3-4).

A Bíblia fala muito sobre o uso da boca, da língua, da linguagem. No texto acima destaquei a instrução apostólica de que não deve sequer nomear-se entre os crentes conversações torpes, palavras vãs ou chocarrices. O que é isso?
Torpe é aquilo que entorpece, que causa insensibilidade e indiferença moral. Portanto, conversação torpe é aquela que deixa envergonhado e embaraçado a pessoa moralmente sensível.
As palavras vãs são as que em nada contribuem, sem sentido e sem utilidade alguma, que só fazem perder tempo.
As chocarrices são as coisas inconvenientes para um cristão dizer, como piadinhas de duplo sentido e gracejos maliciosos e maldosos.
Para o apóstolo, esse tipo de linguagem não deveria nem sequer nomear entre o povo de Deus.
No entanto, não tem sido essa a realidade. Não é difícil encontrar crentes usando gírias imorais e usando linguagem rude, de baixo calão. Não me refiro a todos os termos informais e expressões culturais, mas àqueles que são inadequados ao pudor e proceder cristão, normalmente oriundas de nichos culturais com valores e costumes frontalmente avesso aos padrões bíblicos.
Crente não fala palavrão, não usa gíria indecente ou maliciosa, nem se dá às conversas vãs e torpes! A boca do ser humano não foi feita para isso. Veja o que mais ensina o apóstolo: "Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem" (Ef 4.29). Se não for edificar, fique de boca calada! É melhor o silêncio prudente do que a palavra maldita! Se não for transmitir graça aos que ouvem, não transmita desgraça!
A boca do crente tem um papel importante até na conversão, veja: "Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação" (Rm 10.9-10).
Jesus ensinou que não é o que entra pela boca que contamina (espiritualmente) o homem, mas o que sai dela: "Mas o que sai da boca vem do coração, e é isso que contamina o homem" (Mt 15.18).
O apóstolo Paulo advertiu também aos crentes de Colossos, dizendo: "Agora, porém, despojai-vos, igualmente, de tudo isto: ira, indignação, maldade, maledicência, linguagem obscena do vosso falar" (Cl 3.8). O que ele chamou de linguagem obscena é mais específico do que o termo "conversação torpe" que usou escrevendo aos Efésios. É aquela linguagem erótica, cheia de malícia e depravação, indecorosa e vulgar.
Ao instruir Tito, um grande líder cristão, Paulo ainda o adverte a tornar-se padrão dos fiéis, inclusive com uma "linguagem sadia e irrepreensível, para que o adversário seja envergonhado, não tendo indignidade nenhuma que dizer a nosso respeito" (Tt 2.8).
Sim, o diabo pode acusar aquele que não tem uma linguagem sadia e irrepreensível. Ao invés de envergonha-lo, ele o envergonha. Que lamentável condição para um cristão!!!
De onde os crentes tiram essas gírias e palavrões? O novo na fé, convertido ao Evangelho recentemente, pode ainda estar no processo de "santificação da língua", mas todos devemos nos disciplinar para apresentarmos uma linguagem adequada a Deus e aos homens. Uma fonte muito comum de linguagem torpe são as más companhias. Veja o que Paulo ensinou sobre elas: "Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes" (ICo 15.33). As conversações, aqui (versão ARA), são as influências das más companhias. Elas corrompem bons costumes!
Vamos nos atentar mais para essa questão. Vamos santificar nossa linguagem e glorificar a Deus e envergonhar o adversário.
Em boca de cristão, não há palavrão! Em boca de crente, não há gíria indecente! Viu, até rimou...

Deus abençoe.

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