"Lembrai-vos dos vossos guias, os quais vos pregaram a palavra de Deus; e, considerando atentamente o fim da sua vida, imitai a fé que tiveram... Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros" (Hb 13.7, 17).
Eis dois versículos da Bíblia que são um tanto delicados de serem ensinados pelos pastores sérios, levantados por Deus, por tratar da postura da congregação para com sua própria pessoa. Faz parecer que está "advogando em causa própria", muitas vezes. Mas, a despeito disso, o texto é bíblico e revestido de importância, pelo que falaremos dele aqui.
Chamar os líderes cristãos de "guias" era comum na época do autores do Novo Testamento, e isso se explica pela figura do líder ser frequentemente associada a de um pastor que "guia" o rebanho até o alimento de qualidade e às águas (Sl 23.2-3). Foi usando essa mesma analogia que Jesus ordenou o apóstolo Pedro a guiar os discípulos: "... Apascenta os meus cordeiros... Pastoreia as minhas ovelhas... Apascenta as minhas ovelhas" (Jo 21.15-17, partes).
O autor da carta aos Hebreus exorta seus leitores a se lembrar dos líderes. A liderança precisa fazer parte das memórias da congregação dos crentes, pois devem ser lembrados nas orações das ovelhas. A congregação também deve estar atenta ao "fim da vida" que tiveram para imitar-lhes a fé. O autor está se referindo àqueles líderes que já haviam morrido firmes e fiéis à Palavra de Deus, mas não é só depois de falecidos que os líderes devem ser lembrados. Sua vida de santidade e seu exemplo devem ser imitados já desde que possam ser observados pelas ovelhas.
O autor também orienta que se submetam aos líderes, que passarei a chamar de pastores. Rebeldia sempre foi um pecado muito grave diante de Deus na Bíblia. Murmurar e agir contra a liderança nunca foram atitudes e comportamentos aprovados por Deus, pelo contrário, sempre punidos severamente (ISm 15.23; Nm 16; IIIJo 9-10). A falibilidade dos pastores não legaliza a rebeldia. O fato de um pastor ser humano e sujeito a falhar não autoriza outra pessoa a agir desonrosamente contra ele. Desrespeitar a autoridade pastoral é pecado! A Bíblia não ensina uma submissão cega, mecânica e automática, mas ensina que são dignos de respeito e deferência. Os servos de Deus que foram consagrados ao santo ministério da Palavra são investidos de autoridade dada pelo próprio Deus e reconhecida pela Sua Igreja na terra quando foram ordenados. A ordenação pastoral é justamente o ato em que a Igreja reconhece a vocação e chamado de Deus na vida de um homem e os pastores que já estão em exercício antes dele compartilham sua autoridade e respeito impondo-lhe as mãos. Se isso acontece numa Igreja comprometida com os valores e padrões bíblicos e o processo de ordenação aconteceu de forma legítima, cumprindo as etapas e processos estabelecidos pela Igreja e pelos pastores mais antigos como forma de preservar a honra, qualidade e testemunho do ministério pastoral, então este pastor é digno de todo respeito.
O detalhe é que submissão não é algo que "está na moda". Muitas pessoas têm dificuldade de reconhecer e lidar com autoridades, mesmo as seculares. A teimosia e inaptidão em submeter-se à autoridades são características cada vez mais comuns nas gerações mais novas; isso é notório nas relações pais e filhos, professor e aluno, agentes públicos (como policiais, por exemplo) e cidadão, etc. Quando essas pessoas se convertem e passam a conviver na Igreja, essa perspectiva de relacionamento com autoridades vem com ela e prejudica a relação pastor/ovelha.
Pastores não devem ser vistos como infalíveis homens santos, merecedores de um tratamento sobre-humano. Mas faltar com o respeito é tão errado quanto. Alguns anos atrás era comum um pastor ser chamado pelo título de Reverendo, termo que significa "pessoa digna de reverência". Obviamente, reverência aqui não significa adoração, mas tratar com consideração e deferência. Raramente são os pastores chamados de reverendos atualmente. Talvez porque a grande maioria não faz questão disso ou, ainda, falsos pastores que mancharam a reputação pastoral com pecados graves, mas a honra de muitos não pode ser tolhida pelo erro de alguns. Este foi mais um bom costume que caiu no esquecimento, infelizmente.
O autor de Hebreus ainda lembra que os pastores prestarão contas das ovelhas do Senhor que lhe foram confiadas para cuidar, e que deveriam ter condições de fazer o seu trabalho com alegria e não gemendo, porque isso não seria proveitoso para ninguém, principalmente para a própria ovelha, que deixaria de ter o cuidado pastoral na qualidade que poderia receber porque o pastor precisa redirecionar tempo e energia para lidar com rebeldes enquanto poderia dispensar um melhor cuidado das ovelhas e melhores pregações e ensinos da Palavra de Deus que, diga-se de passagem, é sua função primordial. Pastores não são responsáveis por entreter ou mimar ovelhas, mas por pregarem e ensinarem com zelo e profundidade a Palavra de Deus e apascentar o rebanho.
Concluindo, este é um assunto que "dá muito pano para manga", mas creio que este pequeno texto sobre o tema poderá despertar reflexões e instigar uma autoanálise da relação com os pastores, que deverá resultar em edificação e glórias a Deus. Esta é, pelo menos, a intenção aqui.
Deus abençoe.
O detalhe é que submissão não é algo que "está na moda". Muitas pessoas têm dificuldade de reconhecer e lidar com autoridades, mesmo as seculares. A teimosia e inaptidão em submeter-se à autoridades são características cada vez mais comuns nas gerações mais novas; isso é notório nas relações pais e filhos, professor e aluno, agentes públicos (como policiais, por exemplo) e cidadão, etc. Quando essas pessoas se convertem e passam a conviver na Igreja, essa perspectiva de relacionamento com autoridades vem com ela e prejudica a relação pastor/ovelha.
Pastores não devem ser vistos como infalíveis homens santos, merecedores de um tratamento sobre-humano. Mas faltar com o respeito é tão errado quanto. Alguns anos atrás era comum um pastor ser chamado pelo título de Reverendo, termo que significa "pessoa digna de reverência". Obviamente, reverência aqui não significa adoração, mas tratar com consideração e deferência. Raramente são os pastores chamados de reverendos atualmente. Talvez porque a grande maioria não faz questão disso ou, ainda, falsos pastores que mancharam a reputação pastoral com pecados graves, mas a honra de muitos não pode ser tolhida pelo erro de alguns. Este foi mais um bom costume que caiu no esquecimento, infelizmente.
O autor de Hebreus ainda lembra que os pastores prestarão contas das ovelhas do Senhor que lhe foram confiadas para cuidar, e que deveriam ter condições de fazer o seu trabalho com alegria e não gemendo, porque isso não seria proveitoso para ninguém, principalmente para a própria ovelha, que deixaria de ter o cuidado pastoral na qualidade que poderia receber porque o pastor precisa redirecionar tempo e energia para lidar com rebeldes enquanto poderia dispensar um melhor cuidado das ovelhas e melhores pregações e ensinos da Palavra de Deus que, diga-se de passagem, é sua função primordial. Pastores não são responsáveis por entreter ou mimar ovelhas, mas por pregarem e ensinarem com zelo e profundidade a Palavra de Deus e apascentar o rebanho.
Concluindo, este é um assunto que "dá muito pano para manga", mas creio que este pequeno texto sobre o tema poderá despertar reflexões e instigar uma autoanálise da relação com os pastores, que deverá resultar em edificação e glórias a Deus. Esta é, pelo menos, a intenção aqui.
Deus abençoe.
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